O diário de Ana Andrews

O diário de Ana Andrews

Meu nome é Ana, Ana Andrews, tenho 19 anos, e se vocês estão lendo essa história, então o pior veio a ocorrer comigo. Atualmente moro em um convento, mesmo não tendo qualquer vocação para isto, mas breve vocês irão entender o motivo disto, bem como o motivo de escrever-lhes isto.

Alerto-lhes sobre uma coisa, antes de narrar o que vem me acontecendo a alguns dias atrás, somente os mais fortes poderão continuar daqui. Esqueçam tudo o que já ouviram falar sobre o mal, e prestem bastante atenção no que eu lhes direi: Ele existe, é forte, nada pode detê-lo, portanto, se sua fé de alguma forma for abalada, ou se você acreditar que tem motivos o suficiente para chamar a atenção dele, pare por aqui mesmo, pois ele virá, e virá com tudo.

Os que decidiram continuar, por favor orem por minha alma, e se realmente querem saber, orem pelas suas também. Serei breve e direi exatamente o que me ocorreu a dois meses atrás, o começo de tudo:

Estávamos eu e algumas amigas jogando o jogo do compasso na escola. Vários amigos já haviam falado sobre ele, e finalmente haviam nos ensinado. Primeiro, faz-se a oração do Pai Nosso sem dizer amém no fim, utiliza-se ainda um copo com água, outro com vinagre, e uma vela, de preferência preta. Após isto toma-se o compasso em mão, aqueles que se utiliza na escola para desenhar círculos perfeitos, e em uma folha de papel se faz todas as letras do alfabeto, os numerais de 0 a 9 e as palavras sim ou não. São esses elementos que irão permitir as adivinhações durante o jogo, que eu julgava como sendo inocente.

Fizemos tudo direito, e logo já havia anoitecido. Por conta disso, fomos todas embora para nossas casas, sendo que eu iria dormir na casa e Efigênia, ou Geninha, como é conhecida. O que viria a acontecer a seguir já indicaria o que nos iria ocorrer adiante, mas eu não me importei, ao notar que duas sombras me seguiam. Achei que era por conta do sol que se punha, e saí como se nada ocorresse.

Os pais de Geninha estavam na sala, assistindo TV, enquanto eu tomava banho e ela parecia estar dormindo, de tão quieta. Ao entrar no quarto, deparei-me com a pior das cenas possíveis: Geninha se contorcia toda ao lado de um crucifixo , e ao perceber minha chegada, virou a cabeça, com um sorriso assustador r macabro e disse com voz de homem: “Ele também vai vir te visitar”. Gritei tão alto que logo os pais dela vieram, e também se assustaram ao ver o estado da filha. Levaram-na rapidamente para o hospital, me deixando sozinha com Carlos, o irmão mais velho de Geninha, o qual eu não saía de perto, morrendo de medo.

Ele ria de meus tremores e minha expressão de medo, enquanto eu tentava imaginar que aquilo era somente coincidência, que eu havia me impressionado com o jogo e por isso estava mal, mas logo que fui ao banheiro, outra cena me assustou ainda mais, pois ao me olhar no espelho uma sombra de um homem me observava pelo teto. Gritei o mais alto que pude, até que o garoto veio para me ajudar. As coisas começavam a se arruinar ali.

Somente no outro dia viemos a saber que enquanto a menina foi para o hospital, havia surtado e levado em seguida para um hospital psiquiátrico. Disseram ainda que os remédios para acalmá-la não estavam surtindo efeito, apesar das doses cavalares. Daquele dia em diante, a minha vida virou de cabeça para baixo. Ouvia vozes, via coisas, e o pior de tudo… Não posso continuar agora, a noite já está próxima, e logo meus martírios diários irão iniciar. Espero que possa escrever mais páginas. Até logo se estivermos vivos.


Crie o seu site grátis Webnode